Rio de Janeiro - Embora a legislação brasileira permita o trabalho como aprendiz a partir dos 14 anos, as atividades profissionais começam mais cedo para muitas crianças e adolescentes no país: em 2006, 1,4 milhão de crianças com idade entre 5 e 13 anos já trabalhavam. Em muitos casos, em atividades agrícolas e sem remuneração.Os dados divulgados hoje (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) fazem parte de um suplemento com base nas informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) 2006.Segundo o presidente do IBGE, Eduardo Nunes, os dados revelam queda em “ritmo lento” entre 2004 e 2006 das taxas de ocupação de crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos (de 11,8% para 11,5%). Para ele, a situação ainda é preocupante.“Até porque não é tão clara essa realidade de crianças envolvidas com trabalho no meio rural. Com o país cada vez mais urbanizado, são mais visíveis as atividades exercidas nas ruas e nos sinais de trânsito das grandes cidades”, acrescentou Nunes.De acordo com o levantamento, 41,4% das crianças entre 5 e 17 anos que trabalham exercem atividades agrícolas. Na faixa de 5 a 13 anos, essa proporção atinge 62,6%.Em quase todas as regiões, havia mais crianças ocupadas em atividades no campo do que em trabalhos de outra natureza. A única exceção é o Sudeste. Por outro lado, na Região Nordeste essa predominância verificou-se também entre as crianças e adolescentes de 14 a 17 anos.Para o presidente do instituto, essa realidade se agrava porque no meio rural, o acesso a serviços médicos e informações sobre procedimentos corretos para o trabalho é mais difícil. Ainda segundo o estudo, o percentual de ocorrências de machucados ou doenças nas crianças e adolescentes de 5 a 17 anos é maior nas atividades agrícolas (6,4%) do que naquelas não agrícolas (4,6%).
Thaís Leitão Repórter da Agência Brasil
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