Mariana Jungmann Repórter da Agência Brasil
Brasília - O especialista sênior da Organização Internacional do Trabalho (OIT) em Genebra, Peter Poschen, explica o relatório que indica o crescimento de empregos verdes, decorrentes das mudanças climáticas Brasília - Apesar de a Alemanha ter se manifestado recentemente dizendo que os países da União Européia deveriam diminuir o ritmo de seus programas de redução das emissões de carbono por causa da crise mundial, o conselheiro principal para desenvolvimento sustentável da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Peter Poschen, disse hoje (27) que a crise é, na verdade, uma oportunidade favorável para as políticas ambientais, com a criação dos chamados "empregos verdes" (postos em atividades ambientalmente sustentáveis).“Em crises anteriores, como a de 1929, as ações do governo para reverter os problemas econômicos acabaram se tornando as obras que alavancaram o desenvolvimento de países como Estados Unidos durante os anos seguintes”, explicou Poschen.Segundo ele, com a crise financeira, os investimentos governamentais vão se repetir e é a oportunidade de “pensar no que vai ser a infra-estrutura do século 21”.“Não é uma questão de consciência ambiental e, sim, de cálculos. A inconsciência energética é um desperdício de recursos”, avaliou o conselheiro da OIT.De acordo com ele, quando um país investe em economia de energia na construção civil, por exemplo, está apostando numa tecnologia que dará retorno financeiro ao longo dos anos, quando aquele prédio construído deixar de gastar.Poschen também defendeu que os países invistam em pacotes financeiros para gerar os “empregos verdes” - os postos de trabalho gerados a partir das necessidades de frear o aquecimento global, como a reciclagem ou a produção de biomassa. Segundo ele, além da geração de empregos, esse tipo de pacote também garante que o dinheiro será distribuído em diversas áreas e que vá gerar demanda.“Quando você injeta dinheiro diretamente na mão do cidadão, ele pode apenas usar esse dinheiro para pagar créditos anteriores Não há garantias de que vá gerar novas demandas. E o dinheiro também pode ficar mais concentrado em uma área do que em outras”, explicou Poschen.Os Estados Unidos, de acordo com ele, já têm um pacote para a geração de empregos verdes que vai investir US$ 100 bilhões e criar 2 milhões de novos postos de trabalho.
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