Firma de RH golpista atrai desempregados para uma falsa entrevista, se aproveita da falta de legislação e vende sonho do emprego ideal por até R$ 900
POR ALINE SALGADO
Rio - Profissionais em busca de melhores salários e nova colocação no mercado de trabalho estão caindo na lábia de empresas golpistas de Recursos Humanos, já sob investigação do Ministério Público do Trabalho. Se aproveitando da inexistência de uma legislação específica que regulamente a atuação dessas firmas, os recrutadores atraem desempregados para falsa entrevista e chegam vender o sonho do cargo ideal (mas inexistente) em seis parcelas de R$ 150.
A abordagem começa por meio de um simples cadastro de currículo gratuito em sites de Recursos Humanos. Poucos dias depois, a empresa picareta de RH entra em contato com o desempregado, elogia o currículo e o convida para uma entrevista, quando será avaliado qual perfil profissional ele se encaixa melhor. Somente ao chegar ao escritório da companhia é que o candidato é informado de que não há entrevista de emprego e sim uma oferta de serviço de recolocação no mercado pago.
“Eu perguntei duas vezes para a consultora ao telefone para qual empresa era a seleção. Ela me respondeu que a princípio seria apenas uma triagem de currículos. Fui até o escritório com a esperança de que poderia sair de lá com um encaminhamento para uma grande companhia, mas me atraíram para vender um serviço. Me senti enganada”, desabafa F.F., relações públicas há dois anos desempregada.
Apesar de não agir ilegalmente, já que no Brasil não há uma lei específica que criminalize empresas que cobram por serviços de recrutamento, a companhia fere a conduta moral do direito do trabalhador e entendimento do judiciário, segundo o procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT), Cássio Casagrande.
“Infelizmente ainda não existe legislação que normatize a atuação dessas empresas. O Brasil não assinou a Convenção Internacional do Trabalho 181 que impede que as companhias de RH cobrem do trabalhador pela colocação profissional. No entanto, pelo entendimento do MPT, esse ônus deve ser do empregador. E alguns juízes, como no Rio Grande do Sul, já acolhem esse entendimento e proibindo essa atitude”, afirma Casagrande.
Trabalhador que se sentir lesado pode acionar a Justiça
- Advogado especializado em Direito do Trabalho, José Ribamar Garcia destaca que a empresa de RH que enganar o candidato com proposta de falsa entrevista de emprego pode responder na Justiça por crimes de estelionato e danos morais.
- “Se chamam você para entrevista com a expectativa de um trabalho e quando você chega lá pedem dinheiro em troca da vaga, é uma arapuca. A empresa age de má fé e se aproveita da vunerabilidade do desempregado”, diz .
- O profissional pode fazer a denúncia ao Ministério Público do Trabalho pelo 0800-0221-331 ou acessando o www.prt1.mpt.gov.br.
Como se proteger de problemas
Por meio das agências do Sine (Sistema Nacional de Emprego do Ministério do Trabalho), o profissional têm acesso gratuito a vagas de emprego e cursos de qualificação grátis. Basta procurar o posto mais próximo no site http://www.mte.gov.br/postos.
Fonte: O Dia Online - 02/07/2011
A abordagem começa por meio de um simples cadastro de currículo gratuito em sites de Recursos Humanos. Poucos dias depois, a empresa picareta de RH entra em contato com o desempregado, elogia o currículo e o convida para uma entrevista, quando será avaliado qual perfil profissional ele se encaixa melhor. Somente ao chegar ao escritório da companhia é que o candidato é informado de que não há entrevista de emprego e sim uma oferta de serviço de recolocação no mercado pago.
“Eu perguntei duas vezes para a consultora ao telefone para qual empresa era a seleção. Ela me respondeu que a princípio seria apenas uma triagem de currículos. Fui até o escritório com a esperança de que poderia sair de lá com um encaminhamento para uma grande companhia, mas me atraíram para vender um serviço. Me senti enganada”, desabafa F.F., relações públicas há dois anos desempregada.
Apesar de não agir ilegalmente, já que no Brasil não há uma lei específica que criminalize empresas que cobram por serviços de recrutamento, a companhia fere a conduta moral do direito do trabalhador e entendimento do judiciário, segundo o procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT), Cássio Casagrande.
“Infelizmente ainda não existe legislação que normatize a atuação dessas empresas. O Brasil não assinou a Convenção Internacional do Trabalho 181 que impede que as companhias de RH cobrem do trabalhador pela colocação profissional. No entanto, pelo entendimento do MPT, esse ônus deve ser do empregador. E alguns juízes, como no Rio Grande do Sul, já acolhem esse entendimento e proibindo essa atitude”, afirma Casagrande.
Trabalhador que se sentir lesado pode acionar a Justiça
- Advogado especializado em Direito do Trabalho, José Ribamar Garcia destaca que a empresa de RH que enganar o candidato com proposta de falsa entrevista de emprego pode responder na Justiça por crimes de estelionato e danos morais.
- “Se chamam você para entrevista com a expectativa de um trabalho e quando você chega lá pedem dinheiro em troca da vaga, é uma arapuca. A empresa age de má fé e se aproveita da vunerabilidade do desempregado”, diz .
- O profissional pode fazer a denúncia ao Ministério Público do Trabalho pelo 0800-0221-331 ou acessando o www.prt1.mpt.gov.br.
Como se proteger de problemas
Por meio das agências do Sine (Sistema Nacional de Emprego do Ministério do Trabalho), o profissional têm acesso gratuito a vagas de emprego e cursos de qualificação grátis. Basta procurar o posto mais próximo no site http://www.mte.gov.br/postos.
Fonte: O Dia Online - 02/07/2011
Por: Endividados
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